sábado, 15 de setembro de 2007

Reunião ocorrida em 14/09/2007

Com referência ao Plebiscito da Vale do Rio Doce, foram apresentado os dados parciais da apuração. Esses dados foram obtidos através das listas assinadas, que foram disponibilizadas na igreja N.S.Aparecida, Santos/SP.

A fim de organizar os assuntos abordados, resolvemos criar novo blog, onde serão tratados os assuntos relacionados a proposta do grupo, deixando este apenas para tratar do estudo da Fé e Doutrina Social.
Este novo blog, apresentado na caixa de referência, foi nomeado Discussão Social (http://discussaosocial.blogspot.com).
Trouxemos para esta reunião matéria publicada no jornal Estado de São Paulo, datada de 14/09/2007, que menciona a censura efetuada pela Congregação da Doutrina Social ao livro publicado pelo Pe. Peter Phan.
Este assunto foi postado no blog Discussão Social, mas não será comentado até que tenhamos informações para tal.

A próxima reunião foi marcada para o dia 28/09, quando deverá ser finalizado os estudo do livro Paraiso Terrestre.

Com o término do livro passaremos ao estudo do Compêndio Social da Igreja. Devido a extensão do assunto resolvemos que iremos, conforme o caso, interromper a sua leitura e inserir em seu lugar o estudo de encíclica pertinente.
Deveremos também em cada reunião apresentar assuntos atuais para serem discutidos.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Integrantes do Grupo

Os integrantes são membros atuantes na paróquia Nossa Senhora Aparecida - Santos/SP, sendo que alguns são alunos do Curso de Teologia Beato Anchieta - Santos/SP

Valdir, Rose, Basiliano, Maria Aparecida, Maria Brasilina e Danilo

Projeto grupo de estudos: Fé e Doutrina Social

Animados pela palavra dos Bispos da América Latina e Caribe que, reunidos em Aparecida, afirmam em sua mensagem final a importância da formação para a construção da Igreja e desejam que nossa Igreja seja "Uma Igreja formadora de discípulos e discípulas”. E acrescentam a importância da participação de todo o batizado nesta vocação da Igreja: “Todos na Igreja estamos chamados a ser discípulos e missionários. É necessário formar-nos e formar todo o Povo de Deus para cumprir com responsabilidade e audácia esta tarefa”. (Mensagem da V Conferência).

O mesmo documento também destaca a importância da Doutrina Social para a vida da Igreja contemporânea, e incentiva seu estudo e aprofundamento como um dos principais meios de construirmos comunidades transformadoras, missionárias e atentas à qualidade da vida humana em todos os seus aspectos, a fim de que a mensagem do Evangelho transborde para além dos limites das paredes da Igreja, e faça parte da vida e na vida de cada um:

"O chamado a ser discípulos-missionários exige de nós uma decisão clara por Jesus e seu Evangelho, coerência entre a fé e a vida, encarnação dos valores do Reino, inserção na comunidade, e ser sinal de contradição e novidade em um mundo que promove o consumismo e desfigura os valores que dignificam o ser humano. Em um mundo que se fecha ao Deus do amor, somos uma comunidade de amor, não do mundo, mas no mundo e para o mundo (cf. Jo 15, 19; 17, 14-16)!" (Mensagem da V Conferência).

Se a perseverança nos acompanhar, e ainda pudermos ampliar nossas atividades, gostaríamos que este trabalho viesse um dia estar a serviço da construção do Reino em sintonia com os melhores desejos de servir e participar da história e da vida de nossa comunidade, e também nisso nos ilumina a mensagem final dos Bispos em Aparecida

“Com firmeza e decisão continuaremos exercendo a nossa tarefa profética discernindo onde está o caminho da verdade e da vida. Levantando a nossa voz nos espaços sociais dos nossos povos e cidades, especialmente a favor dos excluídos da sociedade. Queremos estimular a formação de políticos e legisladores cristãos para que contribuam na construção de uma sociedade justa e fraterna, de acordo com os princípios da Doutrina Social da Igreja” (Mensagem da V Conferência).

Conscientes, porém, do tamanho e da abrangência das propostas colocadas pelos bispos em Aparecida, queremos iniciar o nosso trabalho com simplicidade e dar-lhe o alcance possível. Pensamos formar, inicialmente um grupo de estudos, para aprimorar nossos conhecimentos e que aos poucos possa assumir compromissos de ajudar na formação de outras pessoas, tendo como subsídio e meta o conhecimento da Doutrina Social da Igreja. A princípio nossos trabalhos seguiriam o seguinte projeto:

Objetivo Principal
Estudar e discutir a Doutrina Social da Igreja e as Encíclicas Sociais, visando o conhecimento dos documentos com o intuito de nos formar e dar formação colaborando com a comunidade para o entendimento de todos nos seus direitos e deveres enquanto cidadão. Para tanto, temos como material inicial de trabalho as Encíclicas Sociais e o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Todo este material está disponível no Blog DSI - Doutrina Social da Igreja (http://dsi21.blogspot.com/).

Objetivo Inicial
Estudar e discutir a Doutrina Social da Igreja e as Encíclicas Sociais, visando o conhecimento dos documentos e a formação de agentes facilitadores para a formação de novos grupos. Podemos ainda, de alguma forma, ajudar no preparo de um material didático, no formato de cartilha ou PowerPoint, que poderia ser usado no segundo momento das atividades, quando "Círculos de Estudo da Doutrina Social" venham a ser formados e motivados.
A quem se destina
Inicialmente pretendemos formar um grupo pequeno, que de alguma forma já se conhece e trabalha junto, para atuarem como agentes facilitadores. No futuro, com a abertura para a comunidade e a produção de um material didático, estes agentes atuarão como mediadores e facilitadores em grupos de discussão.
Este grupo inicial será composto de alunos do 1º e 2º ano do Curso de Teologia Beato Anchieta e que são membros atuantes na paróquia Aparecida. Além do acompanhamento do Pároco, Pe. Carlos, com o qual gostaríamos de contar, já conversamos e contamos com o apoio do professor de Doutrina Social do Instituto Beato de Anchieta, Francisco Surian.

Local
Dependências da Paróquia Aparecida – Santos

Quando
Quinzenalmente, as 6ª. Feiras.

Horário
Das 20 às 22 horas (Pensamos esta data e horário uma vez que os seminários do Instituto Beato Anchieta eram feitos na quinta-feira. O novo programa não tem mais seminários as quintas, deixando vago este tempo).

Roteiro de encontros
Oração inicial
Troca de informações sobre experiência de cada um na quinzena
Discussão do tema proposto para leitura em encontro anterior
Objetivo próximo encontro
Oração final

Este roteiro pode mudar, conforme as necessidades e atividades do grupo em cada reunião. Na preparação de material didático, para os “Círculos de Doutrina Social” contamos ainda com a possibilidade de troca de material e e-mails pela Internet. Há também a possibilidade de se fazer de vez em quando um encontro com maior tempo de duração, para o fechamento ou conclusão de algum material da cartilha.

Esta proposta de projeto está aberta para mudanças conforme as possibilidades e necessidades, tendo-se em vista a maior integração possível com a comunidade e o plano pastoral da Paróquia Aparecida. Para tanto, o grupo coloca-se a disposição para uma reunião inicial com o pároco, Padre Carlos, no sentido de organizar o melhor possível as atividades.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Leitura do livro Paraiso Terrestre

Introdução

Carlos Mesters informa que o livro nasceu de estudo prático e de contato com a vida, também afirma que esta é sua opinião, não estando a questão encerrada. Tanto que existem mais de 200 interpretações sobre a serpente mencionada em Gênesis.

As dificuldades em torno do paraíso e do pecado de Adão

Esta primeira parte do livro Paraiso Terreste, de Carlos Mesters, nos relaciona as diversas dúvidas sobre a existência ou não do paraíso. Assim como nos apresenta a dificuldades que temos em aceitar, ou mesmo negar, a sua existência. Não esquecendo a interpretação científica ao tentar negá-la ou comprová-la.
O fato da Bíblia ser um livro sagrado, escrito sob a inspiração divina, em nada facilita a credibilidade do assunto. Mesmo sob esta inspiração, sabemos que Deus não costuma revelar detalhes de sua ação, seja ela em relação ao futuro ou mesmo ao passado, o que reforça a dúvida de qual foi a fonte que os autores fizeram uso para descrever o paraíso. Tendo este relato sido escrito por volta do século X a.c., ou seja milhões de anos após a sua criação, como poderiam os autores possuir tão riqueza de detalhes sobre o fato? A Tradição Oral não conseguiria, de maneira ininterrupta, percorrer o espaço de milhões de anos transferindo seus conhecimentos de gerações para gerações. Com o conhecimento que possuímos hoje sobre a origem da escrita, sabemos que não foi através dela. Mesmo que sua base esteja na interpretação de gravuras e desenhos, teria eles a riqueza de detalhes que possibilitassem comprovar a existência do paraíso e de Adão e Eva?
Com o envolvimento da ciência, na tentativa de desvendar esse mistério, novas maneiras de enfrentar as dificuldades de entendimento se apresentaram. Entre elas podemos citar:

  • alguns para não negarem a fé travam uma batalha perdida contra a ciência, contra o bom-senso e contra todas as tentativas de procuram apresentar a verdade revelado sob uma outra forma;
  • outros preferem ficar com a ciência, atribuindo a narração bíblica uma imagem infantil e superada;
  • um terceiro grupo admite a versão da ciência como a verdadeira, sem conseguir se desprender da interpretação tradicional, que foi passada por gerações, gerando assim um enorme conflito interno.

A grande causa dessas dificuldades está no fato de se conseguir conciliar ciência e fé, antes de termos iniciado a sua leitura e interpretação de seu contexto e pretexto.

A interpretação da narração bíblica sobre o paraíso e o pecado de Adão

O objetivo da Bíblia não é o de informar sobre o que aconteceu, mas sobre o que estava acontecendo na vida das pessoas, na época em que os textos foram escritos. Por isso é bom ter em mente que, toda leitura bíblica deve ser efetuada sob a análise crítica do contexto, e a observância dos motivos que levaram o autor a escrever.
Ao descrever o paraíso o autor não tinha a intenção de apresentar uma época passada, ou mesmo explicar o aparecimento do homem sobre a terra. Ele pretendia que os homens refletissem sobre o modo de vida da época. E que através desta reflexão seguissem os preceitos de Deus.
Devemos ter consciência que o autor do Gênesis faz uso dos nomes Adão e Eva para, de uma maneira singular, representar os homens e as mulheres, respectivamente. Sendo assim é errado pensar que na época haviam apenas duas pessoas em toda a extensão terrestre. Pensamentos com este que levam a uma série de dúvidas sobre a origem dos filhos de Caim.
A própria existência da serpente é representativa. Estudos revelam que alguns povos, entre eles os cananeus, tinham como base de sua cultura religiosa a adoração de deuses sob as mais diversas representações. Sob o aspecto social orgias e prostituição também faziam parte de sua cultura. Segundo a sua cultura essas orgias eram consideradas com uma maneira de purificação para agradar seus deuses.
Acredita-se que estes mesmos povos tinham por hábito tentar inserir, de maneira ativa ou passiva, sua cultura em outros povos. E por terem a serpente com animal símbolo de sua cultura, estes povos foram apresentados sob a figura da serpente que tenta e apresenta o mal a Adão e Eva, mas não podemos esquecer que o homem possuía e ainda possui o livre arbítrio.
Querendo levar os leitores a uma tomada de posição mais crítica e mais realista frente à realidade que os envolvia foi apresentado um ângulo de visão e objetivo, que Carlos Mesters resumiu em:

  • A denúncia do mal;
  • Apresentação da raiz do problema;
  • Incentiva a tomada de consciência da origem do mal;
  • A conscientização da culpa que possuem;
  • A transformação do mal-estar;
  • A garantia praticável e executável da transformação;
  • Realça a esperança, a coragem e a capacidade de resistir.

A grande causa dessas dificuldades está no fato de se conseguir conciliar ciência e fé, antes de termos iniciado a sua leitura e interpretação de seu contexto e pretexto.

Respostas as dificuldades sobre o paraiso e o pecado de Adão.

Durante o capitulo anterior o autor nos explicou sobre o verdadeiro motivo que levou o autor a escrever sobre Adão e Eva.

Algumas das diversas dúvidas que possuíamos antes de iniciarmos este estudo foram substituídas por outras no decorrer deste, sendo que o próprio autor, através de sua experiência, tenta saná-las.

Uma das principais é sobre o homem se criado do barro e a mulher da costela do homem. A intenção do autor é demonstrar a fragilidade do homem e que ele não é dono de seu destino. Quanto ao fato da mulher ser gerada da costela do homem é uma adaptação de um ditado popular, que demonstra a união do homem e da mulher através do matrimônio.
Muitas outras perguntas poderão ser respondidas através da leitura e interpretação deste livro.

Conclusão

Carlos Mesters esclarece que esta não é uma visão definitiva, sendo este um assunto ainda muito discutido. Sua intenção é esclarecer que a história de Adão e Eva é um objeto de reflexão sobre o que é o mal, sua origem e a nossa culpa sobre o mal existente por ignorar os problemas.
Quando o homem passar a questionar o assunto, o mal e a sua participação na manutenção deste mal o livro terá atingido seu objetivo.

Este estudo foi muito proveitoso, nos permitindo perceber o quanto estamos habituados a ver o mundo com os mesmos “óculos”. Abrindo o nosso ângulo de visão, a ponto de enxergamos defeitos que possuímos sem que tomemos consciência deles.

De início nos perguntamos no que Adão e Eva poderiam contribuir no estudo da Doutrina Social da Igreja, mas no decorrer da leitura do livro percebemos que tem muito a ver. Percebemos que a origem dos problemas está em nós, seres humanos, seja por gerarmos os problemas, seja por ignorá-los. Deixando que estes gerem sofrimentos e angustia para a sociedade que nos cerca.

"Para quem muda os óculos o velho torna-se novo"

domingo, 2 de setembro de 2007

Pontos a serem abordados

Diversos pontos foram relacionados para serem abordados, abaixo alguns são citados:
  • Justificativa da importância da DSI;
  • Justificativas históricas e bíblicas;
  • Bases teológicas e filosóficas;
  • Análise das exigências e preocupações na América Latina;

Leitura para estudo:

Paraiso Terrestre - Saudade ou Esperança Carlos Mesters - Vozes

O que é Doutrina Social da Igreja?

De início é preciso definir o que se entende por Doutrina Social da Igreja (DSI). Esta expressão designa o conjunto de escritos e mensagens – cartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações – que compõem o pensamento do Magistério católico a respeito da chamada “questão social”. Os principais documentos da Doutrina Social da Igreja são as chamadas “Encíclicas Sociais” dos papas, desde Leão XIII, em 1891. Mas temos também um documento doe Concílio Vaticano II e um texto do Sínodo dos Bispos, realizado em Roma em 1971. A seguir, a lista dos principais documentos da DSI.

  • Rerum Novarum (A Condição dos Operários), Leão XIII, 1891
  • Quadragesimo Anno (A Restauração e Aperfeiçoamento da Ordem Social), Pio XI, 1931
  • Mater et Magistra (A Recente Evolução da Questão Social), João XXIII, 1961
  • Pacem in Terris (Paz na Terra), João XXIII, 1963
  • Gaudium et Spes (A Igreja no Mundo de Hoje), Concílio Vaticano II, 1965
  • Populorum Progressio (O Desenvolvimento dos Povos), Paulo VI, 1967
  • Octogesima Adveniens (Necessidades de um Mundo em Transformação), Paulo VI, 1971
  • Justiça no Mundo, Sínodo dos Bispos, 1971
  • Evangelii Nuntiandi (A Evangelização no Mundo Contemporâneo), Paulo VI, 1975
  • Laborem Exercens (O Trabalho Humano), João Paulo II, 1981
  • Sollicitudo Rei Socialis (Solicitude Social da Igreja), João Paulo II, 1987
  • Centesimus Annus (Centenário da Rerum Novarum), João Paulo II, 1991
  • Novo Millennio Ineunte (No Início do Novo Milênio), João Paulo II, 2001

O que é a Fé?

Fé não é baseada em evidências físicas reconhecidas pela comunidade científica. A fé geralmente é associada a experiências pessoais e pode ser transmitida a outros através de relatos. Nesse sentido é geralmente associada ao contexto religioso e a decisão de "ter fé" é unilateral, ou seja, depende da vontade exclusiva de quem quer ter fé. A bíblia, um livro religioso e considerado sagrado por muitas religiões cita bastante a fé. Nela se encontra uma definição geral por: "a fé é acreditar em coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem, independentemente daquilo que vemos, ou ouvimos." Hebreus 11:1